O desenvolvimento local e a abordagem comunitária

A passada sessão de divulgação do processo DLBC – Lisboa, que teve lugar em Carnide no dia 7 de Maio no Centro Cultural  contou com  a presença de representantes de meia – centena de instituições locais. Foi uma sessão que envolveu organizações e pessoas com uma experiência muito significativa no que concerne a intervenção local baseada em metodologias participativas e até criativas e inovadoras. Muitos dos projectos de referência em curso na cidade de Lisboa estão a ser implementados nestes territórios.

Não foi por acaso que optei por abrir a sessão com uma dinâmica cujo tema principal foi a clarificação dos conceitos que estão a ser utilizados nas formulações de estratégias, nos debates sobre projectos, nos financimentos previsíveis e na estruturação das parcerias . O pretexto dos equívocos que podem resultar da troca inadvertida da sequência das letras que constam da sigla DLBC serviu par revisitar o significado de palavras – chave como: desenvolvimento, local e comunidade.

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O DLBC – desenvolvimento local de base comunitária, como formulação inicial suscita desde logo algumas questões fundamentais:

– o desenvolvimento local é captado, assumido e valorizado num plano meramente geográfico, em contraposição ao regional, ao central, ao estatal, ao global, numa delimitação de escala, assumidamente pequena e reduzida, estando ainda  em causa a razoabilidade da dimensão invocada , sabendo-se que a superior, a regional, constitui o seu limite .

– ou o desenvolvimento local é aqui registado como uma abordagem territorial orientada para a sustentabilidade , ou seja integrando as dimensões económicas, sociais e ambientais e instalando sistema de governança adequados e de base participativa.

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A distinção não é só face às tentações mais ou menos assistencialistas de atacar as situações de exclusão social ou de pobreza pelo lado da remediação social, com um sentido fundamentalmente normalizador e pacificador das relações sociais. Trata-se de uma demarcação ainda e também das posições hesitantes face ao imperativo do desenvolvimento sustentável para combater a exclusão social de forma eficaz e eficiente.

Da mesma forma a base comunitária da formulção proposta – DLBC –  surge, não para romancear as parcerias locais com ingredientes localistas, mas e pelo contrário para sugerir novas relações de poder a serem co-construidas no quadro dos projectos  que serão futuramente apresentados.

Carlos Ribeiro10 de Maio 2015

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