Varsóvia e a Epale do futuro

A EPALE poderá crescer em Portugal na justa medida em que as estruturas da Educação de Adultos e da formação profissional se venham a comprometer com a educação permanente e em particular com a educação comunitária, esta é a visão da Caixa de Mitos para os desafios que a EPALE enfrenta na construção de um futuro dinâmico e útil para os actores do sector.

Carlos Ribeiro | Caixa de Mitos

Participámos na Conferência Europeia da EPALE realizada em Varsóvia no início do mês, a convite da ANQEP – Agência nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional e registámos alguns apontamentos que partilhamos desta importante iniciativa que anualmente reúne os actores institucionais e os stakeholders da Plataforma Electrónica para a Educação de Adultos na Europa.

Na abertura da Conferência foram apontadas várias modificações e melhorias no funcionamento da Plataforma das quais podem ser destacadas algumas novidades:

  • a criação de uma APP – aplicação que permitirá um acesso aos conteúdos a partir do smartphone, facilitando um sistema de notificações para actividades como as discussões e as novas publicações:
  • a melhoria do site e principalmente a sua velocidade na utilização:
  • novos serviços relacionados com cursos online, encontros e conversas à distância,

O elemento de destaque da realização radica na intenção claramente assumida pela Comissão Europeia de ampliação e de drástico crescimento da Plataforma para níveis que podemos classificar de audazes. Estamos a falar de num curto prazo de tempo, até finais de 2021 passarmos por exemplo de 56.000 membros para 120.000, cuidando ao mesmo tempo da fidelização dos utilizadores e do aumento de participação dos próprios adultos aprendentes nas actividades da Plataforma.

Faye Hingle Lewis do Central Support Service apresentou as metas a atingir

Como pode a EPALE evoluir em Portugal e transformar-se numa ferramenta determinante na evolução e progressão das qualificações e no apoio ao desenvolvimento de competências no país?

São várias as questões que precisam de ser aprofundadas e posteriormente assumidas para uma drástica melhoria na relação entre os actores institucionais e locais e a Plataforma, nomeadamente:

1º Uma clara progressão no sistema de governança que carece de abarcar na sua composição e dinâmica actores tão relevantes como as Agências ERASMUS+, as Associações da Educação Permanente e de Adultos, as Universidades e Institutos Politécnicos que têm relações estruturais com estes temas, as instituições da Comunicação Social com vocação pública e as estruturas que representam os profissionais e os aprendentes da educação- formação.

2º Uma significativa melhoria nas relações com as dinâmicas dos territórios que facilitem uma participação mais espontânea e mais ligada aos projectos concretos e iniciativas de base local. Nesta matéria a criação de dinamizadores territoriais efémeros ou rotativos pode ser uma solução de animação operacional não-burocrática.

3º Uma estratégia clara do DAR VOZ que implica uma abertura à publicação e à disseminação de conteúdos na sua diversidade cultural e técnica, não limitando as intervenções aos peritos e promovendo um real debate sobre as práticas e sobre os desafios actuais e futuros.

4º Promover iniciativas – piloto que podem facilitar a experimentação de ferramentas tais como a Radio e a WebTV como elementos de animação facilitadores da participação e do envolvimento dos diversos actores nas actividades da Plataforma, impulsionando uma maior comunicação colaborativa.

Estas sugestões, entre outras, podem ir ao encontro dos objectivos de Varsóvia que se forem implementados apenas numa abordagem quantitativa poderão não ter o impacto desejado, ou seja, colocar a educação de adultos num novo patamar para que a União Europeia progrida com os cidadãos e na base das competências colectivas, o que implica um grande investimento nas pessoas e nas instituições que intervêm nestes domínios.

Conferência em Varsóvia

ALBUM DE FOTOGRAFIAS DA CONFERÊNCIA

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