Os Espaços Colaborativos aprendentes em debate nos Grands Voisins em Paris

Uma iniciativa da EPALE França, realizada no passado dia 30 de Outubro, reuniu em Denfert Rochereau, Paris, um público entusiasta da inovação social que procura caminhos mais adaptados e mais eficazes para as aprendizagens dos jovens e dos adultos que não encontram nos espaços formais e convencionais um quadro facilitador para o desenvolvimento das suas competências.

Os Espaços Colaborativos, partilhados e autónomos, que são denominados em francês por Tiers-Lieux e em inglês por Third Places são áreas amplas num ou em vários edifícios, independentes e sem a tutelada qualquer instituições, nas quais se combinam actividades de trabalho, de lazer, de produção cultural e artesanal, de formação, de educação popular, se iniciativas ambientais, de reparação de objectos e equipamentos visando a sua reutilização, e todas as actividades possíveis que grupos de cidadãos organizem e dinamizem numa base colaborativa.

A Caixa de Mitos, convidada pela estrutura coordenadora do evento, participou numa Mesa Redonda ao princípio da tarde e teve oportunidade de expôr alguns pontos de vista e mencionar iniciativas a decorrer em Portugal. Neste campo a ideia central exprimida nas diversas intervenções, quer a inicial, quer ainda na resposta a perguntas, foi destes espaços que são independentes e funcionam na base de uma autonomia total, deveriam integrar de forma flexível mas também categórica, as dinâmicas do território que se posicionam claramente do lado do desenvolvimento sustentável. Nesta matéria as relações ambíguas com as abordagens convencionais do crescimento económico e das políticas sociais e ambientais deverão ser ultrapassadas e todas as actividades a serem dinamizadas a partir e naqueles espaços deverão estabelecer compromissos inequívocos com o combate às alterações climáticas e com o desenvolvimento dos territórios numa base sustentável.

As aprendizagens num Espaço Colaborativo e aprendente são de uma enorme riqueza. A lógica da aprendizagem através de experiências e de projectos é aqui dominante e as Oficinas coabitam com os Fab Labs, sendo sempre possível desafiar todo e qualquer um para uma participação pontual ou mais permanente.

Na jornada de Paris foram debatidos conceitos e referências concretas com vários casos a serem apresentados ao longo do dia de debate e reflexão. No final do encontro um exercício colectivo enriqueceu a visão dos participantes ao terem que colocar na prática as várias ideias e referências trabalhados ao longo do dia.

Numa próxima abordagem ao tema daremos vários exemplos e casos concretos que poderão facilitar uma visão operacional do conceito e das práticas associadas. Quer de Espaços Colaborativos quer ainda da sua relação com a Educação de Adultos, a formação para actividades profissionais, o reconhecimento e validação de competências, as escolas de segunda oportunidade, os Open Badges e a certificação informal de competências e de outros temas relacionados com o próprio desenvolvimento local.

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